Data de postagem: Jan 07, 2020 1:24:30 AM
SÉRIE EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO – Capítulo VII
Diz-se pobre de espírito
O que tem a humildade
Como atributo de alma
E de sensibilidade
Virtude quase esquecida
E por alguns entendido
Como uma fragilidade
Já o culto, inteligente
Dentro do padrão mundano
Achando-se superior
Comete profundo engano
Por orgulho e vaidade
Ironiza a divindade
É em si mesmo soberano
Toma a sua inteligência
Por medida universal
E pensa nada existir
Além do material
Caso passasse a crer
Obrigar-se-ia a descer
Do seu próprio pedestal
Não consegue perceber
Nada além do seu umbigo
Acha que homem de fé
É superado, é antigo
Acreditar no invisível
Que não lhe seja tangível
É para ele um perigo
Para ele o Evangelho
É utopia, é loucura
É delírio, inconsciência
Das bobagens a mais pura
Não passa de fanatismo
É bobagem, idiotismo
Uma doença sem cura
Mas a justiça divina
Não poderá conceber
E tratar com igualdade
O que crê e o que não crê
Ter muito conhecimento
Sem nutrir o sentimento
É enxergar e não ver
O homem pobre de espírito
Tem puro o seu coração
É humilde, caridoso
E vê no próximo um irmão
Pois nunca perde de vista
Que sofrimento é conquista
E morte é ressurreição
▬ Antonio Borges, 2019