Nos dias atuais, um número cada vez maior de pessoas tem abandonado o antigo entendimento de que a nossa vida se resume ao período compreendido entre o berço e o túmulo. São tempos modernos, nossas mentes avançaram e alcançaram novas percepções. O olhar prático, nascido desse novo alcance mental, nos mostra que a vida se caracteriza por uma existência contínua, remontando há centenas de milhares de anos, quando surgimos como habitantes do nosso planeta. Tal existência apresenta diversas, sucessivas e breves passagens pela Terra, seguidas pelos retornos ao plano espiritual, num movimento que denominamos “encarnação” e “desencarnação”. O reencarnar/desencarnar é o movimento dessa vida maior, que nos proporciona o intercâmbio de experiências nas dimensões material e espiritual.
Assim, o tema reencarnação deixou de ser conteúdo exclusivo da abordagem religiosa (verificada especialmente no espiritismo) e vem se tornando assunto popular – apesar de ainda encontrar resistência, sobretudo em algumas religiões. É muito comum pessoas de diferentes credos, diante de circunstâncias da vida, afirmarem: “isto é carma”, “na encarnação passada eu devo ter sido desta ou daquela forma” ou “devo ter adotado tal atitude para passar pelo que passo nesta vida, pelo que sou obrigado a viver”. Essas expressões espontâneas dão um importante sinal de que a reencarnação é um assunto presente no cotidiano.
Os eventos reencarnatórios, ou descidas à Terra, têm como finalidade proporcionar aos espíritos vivências e aprendizados, empreendendo o nosso processo evolutivo. Em alusão simples, poderíamos afirmar que se tratam de uma espécie de treinamento, que nos proporciona avanços morais, capacitações mentais e sensibilizações. Desta forma, desenvolvemos atributos que nos habilitam para existências em planos cada vez mais altos, em escala universal. Algo semelhante ao que verificamos no nosso modelo educativo formal, que se divide, período após período, desde a alfabetização até as formações superiores. Em verdade, tudo aqui na Terra é material escolar.
Nesse movimento encarna/desencarna/encarna, vamos acumulando experiências, formando a nossa personalidade e o nosso caráter, assimilando lições e nos preparando para as lições seguintes, dentro do que chamamos de eternidade. Concomitantemente, vamos imprimindo o nosso fluxo, a que chamamos de nosso destino. Trata-se de ininterrupto processo de eterno vir a ser, aprendizado contínuo.
Nos primórdios, quando iniciamos a nossa experiência neste planeta, dotados de mente ainda desprovida de inteligência para lidar com questões mais complexas, manifestavam-se em nós apenas instintos básicos de sobrevivência, tais como a fome, o medo da morte e o sexo. Desde então, o nosso contato com os eventos e dinâmicas da vida foram construindo tijolo por tijolo a nossa personalidade. Em algumas ocasiões assimilamos por repetição e noutras por impacto fatos que resultaram naquilo que hoje denominamos evolução da espécie humana. Evoluir é condição inexorável. Podemos até nos atrasar, parar um pouco pelo caminho, porém, as forças da vida nos farão andar.
Como toda marcha rumo a aprendizado, podem ocorrer dificuldades ou perturbações que dão origem a enfermidades, desorientações e situações dolorosas. São conflitos existenciais, que se apresentam sob diversas denominações científicas, tais como: fobias, transtornos em suas mais diversas formas, depressão, fibromialgia, esquizofrenia, ansiedade, drogadição, alcoolismo, vazio existencial etc., e que, na verdade, decorrem de experiências traumáticas, ocorridas quase sempre em encarnações anteriores, recentes ou distantes no tempo.
A ciência moderna tem se dedicado ao tratamento dessas enfermidades, com relevantes benefícios para os pacientes. Porém, nas suas investigações e tratamentos, desconsidera quaisquer possibilidades desses eventos patológicos serem consequência de causas situadas em outras encarnações. É impedida, por protocolos de tratamento, ou pela inexistência de pesquisa acadêmica que considere essas hipóteses. Mesmo que, como pessoa, o profissional aceite a encarnação como um fato positivo da vida, ele não atua levando essa perspectiva em conta. Então, estando as causas em passado distante, a ciência permanece atuando apenas nas consequências.
Não é possível compreender ou mesmo corrigir os nossos atos, nem curar definitivamente as nossas enfermidades e transtornos, sem conhecer de quais elementos elas se constituem, quando, onde, por que e para quê surgiram. O desconhecimento das origens dificulta e até mesmo impede de resolver as patologias que acometem o homem ou a mulher, particularmente nos tempos atuais.
Eis que a Psicoterapia Reencarnacionista alcança os elementos comportamentais adquiridos no passado reencarnatório, procedimento fundamental para compreensão e tratamento daquilo que se expressa no presente como consequência do passado. Este processo terapêutico penetra no terreno pré-natal, não importando quão longe no tempo as motivações estejam situadas. Trata-se de um alcance ausente nos tratamentos clássicos, pois é possível acessar o subconsciente, constituído por uma vastidão de experiências determinantes da expressão de cada indivíduo diante da vida, que pode ser de dor, alegria, frustração, equilíbrio, e desequilíbrio.